
Cabo Frio vive uma tragicomédia política que precisa ser contada sem anestesia. E é exatamente isso que esta coluna faz: revela os 10 atos falhos, mandos e desmandos do Zeus do Olimpo de Cabo Frio, o prefeito que governa como se estivesse acima da lei, acima das instituições e acima da própria cidade. A Câmara Municipal virou plateia dócil, sem oposição, sem crítica, sem resistência. A imprensa, muitas vezes silenciada e vendida, abraça o roteiro oficial. No fim, quem paga a conta desse Olimpo de vaidades é a população.
A seguir, os atos e cada sujeira, contradição, ilegalidade e postura autoritária.
1. Austeridade só quando o Zeus Serginho quer
O prefeito decretou calamidade financeira como quem monta um palco para justificar qualquer decisão. Só que, enquanto dizia que a cidade estava quebrada, liberou gasto pesado com shows milionários, grandes eventos e uma reforma da prefeitura sem licitação clara, sem anúncio e sem transparência.
A calamidade virou desculpa conveniente para contratar sem edital, driblar normas e governar no modo “eu mando, vocês obedecem”.
Esse uso político da crise mostra o perfil clássico do autoritarismo.
2. Zeus Serginho ama Higienização social
A gestão do prefeito Doutor Serginho adotou uma medida cruel e ilegal ao remover pessoas em situação de rua e enviá-las para Linhares, no Espírito Santo. Para piorar, encerrou o projeto social Moeda Itajuru alegando irregularidades nunca comprovadas e até hoje não criou alternativa de benefício social para famílias vulneráveis.
Sem acolhimento, sem política séria e sem plano.
Isso não é cuidado. É higienização social, violação de direitos humanos e exclusão institucionalizada.
Governo que repudia políticas públicas voltadas para vulneráveis deixa claro o desprezo pela vida real da cidade.
3. Com o Zeus Serginho, o governador faz tudo
Assim que o prefeito assumiu, a influência dele sobre a máquina estadual ficou escancarada. O que o Estado ignorou por quatro anos agora virou pacote completo com asfalto novinho, mas apenas no Centro e no Centro do Jardim Esperança, além de iluminação de rodovias, anúncios de obras e a velha promessa de despoluição da lagoa.
O Estado só ajudou quando era conveniente politicamente, não quando Cabo Frio precisava.
Mesmo assim, o prefeito tenta vender tudo isso como mérito pessoal quando, na verdade, é apenas troca de favores e conveniência eleitoral.
A leviandade é explícita.
4. Zeus Serginho ordena Taxas de turismo sem diálogo
A prefeitura aumentou de forma brusca as taxas para ônibus de turismo sem diálogo, sem audiência pública e sem qualquer consulta ao setor.
Trabalhadores, empresários e toda a cadeia turística foram atropelados.
A decisão saiu do gabinete, sem estudo de impacto e com uma arrogância administrativa que já virou marca registrada.
O resultado aparece rápido com queda no fluxo turístico e prejuízo para quem depende desse movimento para sobreviver.
5. Milhões para garantir a maquiagem e os eventos de Zeus
O governo licitou uma agência de publicidade por oito milhões, valor jamais visto em Cabo Frio. Além disso, aderiu a uma ata de quase quarenta milhões para estrutura de eventos. Curiosamente, os mesmos que criticaram essa prática no passado agora a aplaudem.
Desde então, a cidade passou a aparecer como se fosse uma metrópole perfeita em matérias e campanhas. Eventos de aliados do governo também passaram a contar com toda a estrutura dessa ata milionária.
A realidade é outra. Existe uma máquina de propaganda a serviço da blindagem política e estruturas públicas sendo usadas apenas por amigos de Zeus e dos deuses menores.
Legalidade pode até existir. Moralidade, nenhuma.
E como parte da imprensa depende dessa verba, acaba repetindo o discurso oficial sem contestar.
6. Zeus Serginho é anti-Uber… mas se der ruim, ele é a favor
O prefeito tentou proibir Ubers e táxis de outras cidades para agradar categorias locais.
A medida foi lançada sem diálogo, sem estudo e sem a menor noção prática.
O caos se instalou com crise entre municípios vizinhos, irritação popular e colapso na mobilidade urbana.
Quando a repercussão negativa explodiu, o prefeito recuou afirmando que a intenção era ajudar.
Se a intenção fosse realmente ajudar, teria começado pelo básico, que é ouvir as pessoas afetadas.
7. Zeus Serginho transforma marola em tsunami
O prefeito promoveu exonerações em massa alegando uma queda brutal nos royalties.
A queda, na prática, foi apenas uma marola.
O verdadeiro problema era outro. A prefeitura estava prestes a ultrapassar o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal e precisava se ajustar às pressas.
A narrativa da crise serviu como cortina de fumaça para esconder descontrole, irresponsabilidade e má gestão.
O drama foi político. O problema era administrativo.
8. Para os devotos do Zeus Serginho, tudo. Para os outros, nada
Eventos tradicionais como a Parada do Orgulho LGBTI+ e o Cabofolia foram proibidos, engavetados ou substituídos.
Organizadores históricos, que construíram a relevância desses eventos, foram simplesmente ignorados.
Enquanto isso, eventos de aliados do governo receberam apoio total, estrutura pública e tapete vermelho para entrar na cidade.
A política virou sinônimo de favoritismo. Quem é amigo recebe tudo, quem não é fica sem nada.
Gestão pública não deveria ser personalismo. Mas se tornou.
9. As fanfics de Zeus Serginho ninguém condena ou cobra
O prefeito prometeu atrações nacionais no aniversário da cidade, um Natal tão grandioso quanto o de Gramado e Nova Friburgo e um Réveillon histórico com o DJ Alok.
Nada foi entregue.
E ninguém cobra, porque a imprensa vendida e a Câmara subserviente criam o ambiente ideal para transformar promessas vazias em marketing barato.
Gestão baseada em fanfic não resolve problemas reais, não melhora bairros e não entrega resultados.
10. Zeus Serginho libera tudo
A lei que protegia a população proibindo fogos com barulho foi alterada para liberar estampidos nos eventos oficiais.
O prefeito, que gosta de afirmar que defende autistas, autorizou algo que causa sofrimento sensorial severo em pessoas autistas e provoca pânico, fugas, acidentes e até morte de animais que não suportam os estrondos.
Tudo isso para alimentar um show turístico e uma estética vazia de espetáculo.
A Câmara aprovou sem questionar. A oposição a Zeus virou lenda em Cabo Frio.
No fim das contas, resta uma pergunta inevitável: até quando Cabo Frio vai aceitar que decisões pessoais, vaidades políticas e interesses de poucos definam o futuro de todos? A cidade merece gestão, não espetáculo; transparência, não cortinas de fumaça; prioridade pública, não privilégios de Olimpo. Cabe a cada cidadão refletir se continuará assistindo a esse roteiro sem reagir ou se finalmente vai exigir que o poder volte a servir à população e não a si mesmo.